No final de maio este blogue completou nove anos de existência. Há nove anos o meu filho tinha quase seis meses. Ainda não falava, ainda não caminhava e era completamente dependente de mim. Quase com 10 anos, completa amanhã o primeiro ciclo e prepara-se para uma nova etapa da sua vida. É um menino especial, meigo, inteligente, amigo e, parece-me a mim, feliz.
Há nove anos eu tinha 35 anos, uma situação profissional mais ou menos estável e uma situação financeira minimamente desafogada. Hoje, com 45 anos, encontro-me numa situação profissional e financeira deplorável e sem grandes perspetivas. Há nove anos tinha acabado de mudar de cidade, uma mudança grande, mas ainda assim sem grandes alterações de rotinas (mais ou menos). Hoje debato-me com a possibilidade de mudar de cidade e, agora sim, será uma verdadeira mudança.
Ando consumida com esta necessidade de tomar decisões das quais me sinto completamente incapaz de fazer. Queria que alguém decidisse por mim, tomasse as rédeas da minha vida e me orientasse, sem que eu tivesse que fazer fosse o que fosse. A inevitabilidade dava-me jeito.
Mas não é assim. Nem seria bom que fosse. Mas quando se vêm aspetos positivos e negativos em ambas as decisões torna-se tão difícil escolher.
É a minha Lisboa, que eu tanto amo. Mas a verdade é que não é lá que moro. Moro numa vila, a 40 km, local que, após 10 anos, continuo a não gostar. Se ficar por cá o meu filho muda de escola mas leva com ele os colegas que o acompanharam neste 4 anos. Se mudar de cidade vai para uma escola onde não conhece ninguém... apesar de me dizerem e eu também saber que os miúdos se adaptam facilmente, isto angustia-me. Para além disso ele recusa-se a aceitar a mudança porque não quer perder os amigos.
Se ficar por cá mantenho-me próxima da minha pessoa, da minha mana que eu tanto amo. Se me mudar ficamos mais afastadas e ela muito só, sem família. Se eu ficar por cá continuo com uma vida familiar em que o meu homem se ausenta alguns dias da semana. Se me mudar passamos a estar todos juntos. Se eu ficar por cá, continuo a viver num local que não aprecio, apesar de poder ir a Lisboa sempre que quiser. Se me mudar vou para uma cidade das quais não tenho grandes memórias, mas onde se encontram os meus pais e os meus sogros. Volto para um local onde não fui propriamente feliz e de onde "fugi" há, 26 anos atrás. Não está a ser fácil decidir, nada fácil mesmo.
Decidir é lixado, sem dúvida.
ResponderEliminarHá 4anos, decidimos ir para Lisboa. Morava num sítio onde estava longe de tudo mas perto dos sogros que me davam um grande apoio com os miúdos. Era um sítio que me dizia pouco. Nem gostava nem desgostava mas era longe.
Fomos viver para Lx, onde sempre trabalhei. eu que demorava por vezes (quase sempre)mais do que uma hora casa-trabalho, trabalho-casa, passei a demorar 11 minutos (ainda hoje conto os minutos que demoro. Foi um risco apenas em termos económicos. Temos dinheiro para sustentar duas casas? Alugamos a nossa casa XPTO a uns estranhos que vão pagar sempre e ficar ad eterno lá? Conseguimos viver numa casa mais pequena? Foram dias e dias a fazer contas...
Os miúdos foram para uma escola nova e foi difícil. O Tiago (com 5 anos) chorava diariamente, queria os amigos dele. O choro durou um mês. A adaptação durou quase um ano letivo. Ainda hoje fala do difícil que foi chegar a uma turma que já se conhecia.
Vim para Lx, longe dos sogros e sem aquele suporte.
Há sempre prós e contras. Mas mudar, às vezes, é o que nos faz seguir em frente.
Para nós, foi.
(com isso, cada um faz o que quer. queria só que soubesses!)
Mudei-me apenas 2x na vida, não sirvo de exemplo. Tenho a vida relativamente estável pelo que nao está nos nossos planos mudar.
ResponderEliminarSó vocês puderam analisar todos os prós e contras...mas certamente não é fácil!
Bjs
Puderão
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