quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mudanças

No final de maio este blogue completou nove anos de existência. Há nove anos o meu filho tinha quase seis meses. Ainda não falava, ainda não caminhava e era completamente dependente de mim. Quase com 10 anos,  completa amanhã o primeiro ciclo e prepara-se para uma nova etapa da sua vida. É um menino especial, meigo, inteligente, amigo e, parece-me a mim, feliz.
Há nove anos eu tinha 35 anos, uma situação profissional mais ou menos estável e uma situação financeira minimamente desafogada. Hoje, com 45 anos, encontro-me numa situação profissional e financeira deplorável e sem grandes perspetivas. Há nove anos tinha acabado de mudar de cidade, uma mudança grande, mas ainda assim sem grandes alterações de rotinas (mais ou menos). Hoje debato-me com a possibilidade de mudar de cidade e, agora sim, será uma verdadeira mudança.
Ando consumida com esta necessidade de tomar decisões das quais me sinto completamente incapaz de fazer. Queria que alguém decidisse por mim, tomasse as rédeas da minha vida e me orientasse, sem que eu tivesse que fazer fosse o que fosse. A inevitabilidade dava-me jeito.
Mas não é assim. Nem seria bom que fosse. Mas quando se vêm aspetos positivos e negativos em ambas as decisões torna-se tão difícil escolher.
É a minha Lisboa, que eu tanto amo. Mas a verdade é que não é lá que moro. Moro numa vila, a 40 km, local que, após 10 anos, continuo a não gostar. Se ficar por cá o meu filho muda de escola mas leva com ele os colegas que o acompanharam neste 4 anos. Se mudar de cidade vai para uma escola onde não conhece ninguém... apesar de me dizerem e eu também saber que os miúdos se adaptam facilmente, isto angustia-me. Para além disso ele recusa-se a aceitar a mudança porque não quer perder os amigos.
Se ficar por cá mantenho-me próxima da minha pessoa, da minha mana que eu tanto amo. Se me mudar ficamos mais afastadas e ela muito só, sem família. Se eu ficar por cá continuo com uma vida familiar em que o meu homem se ausenta alguns dias da semana. Se me mudar passamos a estar todos juntos. Se eu ficar por cá, continuo a viver num local que não aprecio, apesar de poder ir a Lisboa sempre que quiser. Se me mudar vou para uma cidade das quais não tenho grandes memórias, mas onde se encontram os meus pais e os meus sogros. Volto para um local onde não fui propriamente feliz e de onde "fugi" há, 26 anos atrás. Não está a ser fácil decidir, nada fácil mesmo.