quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ainda sobre as cartas

Ao escrever o post anterior lembrei-me daquelas cenas muito típicas dos filmes, em que a personagem tem as cartas de amor, atadas com uma fita dourada e, normalmente dentro de um qualquer baú. Pois as minhas estão dentro de uma mica e cheiram a mofo.

retirada da net

Ai o progresso... e a rotina

Decidi "destralhar" as gavetas da minha mesa de cabeceira e eis que descobri as cartas que o meu marido me escrevia durante o namoro. Muito pouco tempo depois de iniciarmos o namoro, acabámos por ficar separados, eu a estudar em Lisboa e ele a trabalhar a cerca de 300 km. Nesse período, todas as semanas, esperava ansiosamente uma carta dele, que chegava invariavelmente às quintas feiras. Depois, bem depois, chegou a Internet, chegaram os telemóveis e... chegou a rotina.
Raios partam o progresso e, claro, a rotina!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mudanças I

Tenho momentos em que me apetece mudar a minha vida. Uma mudança séria, tomar as rédeas dos acontecimentos e virar tudo ao contrário. Escondo de mim o que não me satisfaz, faço de contas que nada do que sinto, eu sinto. Vivo numa aparente paz e felicidade. Mas depois há dias em que a insatisfação é tão grande mas tão grande, que por mais que queira, não tenho absolutamente controlo nenhum sobre os meus sentimentos e é então que me apetece mudar. Depois, o ram ram dos dias, juntamente com uma grande cobardia e o medo do incerto, fazem com que esqueça todas as insatisfações e prossiga com a minha vida de mentira. E vivo assim em loop, dia após dia, ano após ano.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Mudanças

Ando com vontade de mudar a imagem do blogue. Para já adicionei a foto no cabeçalho, mesmo não ficando lá muito bem. Adoro esta fotografia, tirada no miradouro da Graça.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Antes da meia noite

Aproveitando o fato de ter o meu tempo para mim na segunda, ao final do dia, fui com a minha irmã ao cinema. Fomos ver o Antes da Meia Noite, só podia. Que dizer do filme? Tão real mas tão real, que até dói. Gostei muito.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Se eu não postasse, rebentava!!!!

Eu tentei, eu juro que tentei ficar calada e quietinha e não botar posta de pescada sobro o assunto. Mas não aguento mais, tenho um blogue, que quase ninguém lê, é certo, mas onde posso destilar toda a minha raiva e indignação. Sim é sobre os professores e sobre a greve aos exames. Ora bem, eu sei que não sou perfeita, muito longe disso, tenho muitos defeitos e se há algo de que me orgulho, é de sempre ter consciência deles. Há um aspeto em mim, que ninguém que me conheça pode contestar, tenho muita dificuldade em julgar os outros e os seus atos. Tenho sempre presente que se cuspo para o ar, o mesmo me pode cair em cima e detesto quando isso acontece. Por isso evito julgamentos.
Convivo diariamente com dois professores, a minha irmã e o meu marido. São professores em níveis diferentes de ensino (2º  e 3º ciclo e ensino superior) mas partilham a mesma profissão. Nos últimos dias tenho lido tanta barbaridade sobre os professores, que aquilo que me apraz perguntar, é afinal, porque não escolheram todos esta profissão? a sério? Tenho feito um esforço enorme para perceber o que motiva tanta raiva e tanta opinião.

Mas dizia eu, convivo diariamente com professores e  a opinião da grande maioria das pessoas (pelo menos das que tenho lido pela blogosfera) está a anos luz daquilo que eu testemunho diariamente.
Começo pelo meu marido, professor do ensino superior, esses privilegiados aos olhos da opinião publica. O homem trabalha e não é pouco, para quem não convive diariamente com esta profissão e tendo em conta o horário letivo, fica com a ideia de que pouco fazem. Mas sabem desde quando ele não saí connosco ao fim de semana? desde Dezembro. Pois é, todos os fins de semana fica em casa a preparar aulas, a fazer apresentações, a resolver os exercícios que vai dar nas aulas. Para além disso tem o doutoramento, que tem que ficar concluído o mais breve possível. Ah mas ganha bem!! Pois, o que posso dizer... que este ano, 2013, está a ganhar menos do que ganhava em 2000. Não, não ganha nenhuma fortuna, muito menos se considerarmos que trabalha há quase 23 anos. Tenho uma amiga que trabalha como técnica superior numa empresa (privada) que ganha mais do que ele e trabalha há 14 anos.
A minha mana está a viver comigo desde Janeiro, e desde essa altura que apenas em 2 ou 3 fins de semana a vi sem fazer nada (fazer e corrigir testes, ver trabalhos, preparar aulas, escrever atas, elaborar relatórios disto e mais aquilo). Invariavelmente, todos os dias a vi sentada em frente ao computador a trabalhar para e escola.
Tem 9 turmas, o que dá a módica quantia de 200 alunos, ou seja, 200 testes para corrigir, fazendo 2 por período, totaliza, 400 testes. Coisa pouca, claro.  Depois há o resto, e o que é o resto? aturar faltas de respeito (dos alunos, dos encarregados de educação e dos próprios colegas), participar em tarefas que nada têm a ver com a parte letiva, como participar em festas e festinhas e convívios e aberturas à comunidades e merdinhas desse género que, para mim, que assisto, acho inqualificável. A sério, eu gostava de ver se no privado, um patrão chegasse junto de um colaborador e o convocasse (com caráter obrigatório) para ir servir febras, fora do horário de trabalho, e sem ganhar mais por isso, para dar a conhecer a empresa aos seus clientes, se quem anda para aí a falar de boca cheia do trabalho dos professores, aceitava isso pacificamente... e quem diz servir febras, diz outras atividades do género.
E agora que o ano letivo acabou, contrariamente ao que toda a gente pensa, eles não estão de férias. O meu marido por lá vai andar até final de Julho e a minha irmã idem. Ele, entre horas de dúvidas, exames, exames de recurso, ela, em reuniões, matriculas, limpeza de salas e pasme-se embelezamento da escola (sim vai andar a pintar muros).
Fala-se na justeza das 40 horas semanais e eu, já nem vou entrar na questão do trabalho que trazem para casa, que muito provavelmente ultrapassa aquelas horas. Refiro apenas que a escola da minha mana é um barracão, a sala dos professores é mais pequena que a minha sala (que já considero pequena), tem uma impressora (quando funciona) e não há espaço nem condições para lá estarem todo os docentes em simultâneo. Portanto, pergunto eu, o que eles vão lá estar a fazer? em que condições é que vão trabalhar?
O que a maioria das pessoas não está a perceber é que quem vai sair prejudicado com isto são os alunos e a educação. Sim, porque a minha irmã refere e muito bem, que se estas medidas avançarem ela também a avança com as dela, e serão tão simples como, acabar com qualquer trabalho em casa, portanto se não corrigir os testes numa semana, corrige num mês, os testes vão passar a ser um por período e claro vai aderir aos testes de cruzes. Como eu acredito que, com toda a legitimidade, não será a única a fazê-lo, a pergunta que eu deixo é: alguém tem duvidas que isto é o fim do ensino público?

Alguma vez tinha de ser a primeira

Pela primeira vez em quase sete anos, o meu filho "saiu" de casa. No domingo foi com o pai visitar os avós e eu fiquei por cá. Sim, assim que entrou no carro, chorei "baba e ranho". Sim, sinto-lhe a falta, muita. Regressa hoje, e eu não vejo a hora de esta casa estar novamente barulhenta e confusa. Há quase sete anos, que eu não acordava sem ser, ou com o despertador, ou com o meu filho a chamar-me. Há quase sete anos que eu não tomava o pequeno almoço, de bandeja nas pernas, em frente à televisão. Há quase sete anos que eu não tinha o meu tempo só para mim.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ultimo dia de escola

Hoje foi o último dias de aulas do meu menino. O 1º ano já passou, agora que venha o próximo e que corra tão bem como este. Hoje foi dia de festa, e que festa minha gente. Eu que não sou muito adepta destas festarolas, adorei. O pai, por motivos profissionais, não pôde estar presente, pelo que fiquei incumbida de fazer o filme. Pois bem, filmei sim, estou com o braço dorido pelo esforço da posição, e o que fiz eu? a parte da atuação do meu filho não ficou gravada. Não sei o que fiz, mas devo-me ter esquecido de carregar no play!!!!! NEURA

quarta-feira, 12 de junho de 2013

...

Todos os dias no mundo morrem pessoas por suicídio, todos os dias no mundo morrem pessoas por doença, todos os dias no mundo morrem crianças. Eu sei disso. Este ano parece que ainda sei mais, é como se eu estivesse que estar alerta, é como se fosse uma espécie de mensagem subliminar de que eu não consigo vislumbrar o significado. O amor da minha irmã, o meu cunhado, (como eu o tratava) sem que nada o fizesse prever, pôs termo à vida. Desde esse dia que convivo diretamente com a dor que essa perda trouxe (à minha irmã). E não tem sido fácil. Eu, sinto-lhe a falta, sinto a falta de saber que ainda está entre nós.
Há cerca de um mês a Silvina morreu. Acompanhava o blogue da Silvina há sensivelmente um ano. Desde o primeiro dia que senti uma empatia muito grande por ela. Não por ela estar doente, mas também por ela estar doente. Foi uma pessoa que me marcou pela força, pela escrita, por tudo o que transparecia das palavras dela. Não conheci a Silvina, não "convivi" com a Silvina, mas penso nela todos os dias e sinto-lhe a falta. Sinto a falta de saber que ainda está entre nós.
A semana passada o Rodrigo faleceu. "Conheci" o Rodrigo pelas redes sociais e apesar ter sempre presente que há outros casos como o dele que não são "noticiados" acompanhei a história do Rodrigo e secretamente desejei que a história deste menino tivesse um final feliz.
Este ano a morte acompanha-me.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Da vida

A minha mãe veio-nos visitar a semana passada. Já não a via desde Março, e as saudades eram imensas. Fiz uma pausa no trabalho e dediquei-me a ela. Inevitavelmente achei-a mais envelhecida e como me custa vê-la envelhecer... Estar períodos longos sem a ver, faz com que me aperceba mais do seu envelhecimento. Não me refiro às rugas, que a bem da verdade até nem tem muitas, mas sim à lentidão dos movimentos, à perda de audição e aos lapsos de memória. Nos passeios que demos, acabei por lhe dar o braço, pois só assim consegui evitar estar sempre um passo à frente dela, por mais devagar que andasse.
Mas o que me dói mais é o discurso, é o aperceber-me que o "fim" está sempre presente na sua cabeça. E não está de um modo fatalista, mas na forma como ela vive todos os momentos, verdadeiramente como se fossem os últimos.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O meu filho já sabe ler!!! Que bom....

Um dia destes, resultante de um maço de tabaco esquecido (que é como quem diz, não escondido na minha mala) o meu filho vem ter comigo e pergunta-me "mamã aqui diz que fumar mata, é verdade?"
Ops!!!!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

E assim se começa um dia

Nada melhor do que começar o dia a ser insultada. A sério, anda tudo doido! A caminho de casa, depois de deixar o meu filho na escola, aproxima-se de uma passadeira um pai com a filha, ambos de bicicleta pela mão. Apesar de estarem na faixa contrária e de ainda ter tempo de passar, parei. O homem avançou, mas a miúda ficou com uma das rodas presas e não atravessou de imediato. Perante isto o homem ficou no meio da passadeira à espera da filha (podia ter ido ajudá-la mas preferiu ficar a ver) e eu, como estava afastada aproximei-me mais da passadeira e voltei a parar. Bem, o imbecil, por ter ouvido o barulho do meu carro, passou-se, e começou aos berros comigo "estás com pressa?" eu , perplexa, olhei para ele e encolhi os ombros. O homem não desistia e continuava a gesticular e eu, já a ficar nervosa, buzinei-lhe (assim como o carro que estava atrás de mim). Lá se dignou a avançar, não sem antes me mandar para o cara....!
Mas o que é isto? Eu até podia estar com pressa, o que não era o caso, o movimento de aproximação à passadeira, foi só isso, aproximação à passadeira e em nenhum momento demonstrei impaciência, por estar ali parada. Só sei que aquela célebre expressão de sentir uma coisa a subir por mim acima, se passou comigo e a vontade que senti foi de parar o carro e pontapear o homem com toda a força. Só de pensar nisso fico aliviada.

terça-feira, 4 de junho de 2013

E o que se tem passado?

Pois é, tantos dias sem escrever é no que dá. Comecei e não consigo parar. Pois bem, vou aqui resumir por tópicos o que se tem passado por aqui:

Já referi que o meu filho está muito bem integrado na escola, o que para mim, foi um alívio. Nesta altura e quando faltam menos de duas semanas para as férias, já lhe noto algum cansaço, o que acho natural.

Desde o final do ano passado que usa óculos, para ver televisão, quando está ao computador e quando está a ler ou a escrever. Um dia chegou a casa e disse-me que a professora tinha referido que ele poderia estar a ver mal, pois não via bem o que ela escrevia no quadro e claro, marquei de imediato consulta.

Continuamos a ter cáries assim... de mês a mês. Estou fartinha de ir ao dentista e cada vez que vamos é sempre pior que a anterior. Segundo a médica trata-se de um defeito no esmalte, mas francamente tem sido demais...

Este ano, eu e o meu filho andamos uns rambóias. De modo a deixar o pai trabalhar em sossego, todos os fins de semana temos um programa. Ele tem sido cinema, teatro, parques infantis, passeios na baixa, no bairro alto, na Graça, Pavilhão do Conhecimento, Festa da Música, Feira do Livro, jardins da Gulbenkian, etc, etc, etc

Acabei o meu curso no final do ano passado. Nesta altura sou uma feliz contemplada com duas licenciaturas. E como me sinto eu? Na mesma!!! Honestamente, honestamente, se soubesse o que sei hoje, teria ficado pela primeira. O dinheiro que gastei, está a fazer-me tanta falta. E as contrapartidas? nenhumas, por enquanto.

A minha irmã continua a viver aqui connosco. Cinco meses após ter perdido o seu amor, ainda não se sente preparada para voltar a casa. Não sei bem se este adiar lhe é favorável, mas sinto-a tão frágil, tão prestes a desmoronar, que me sinto mais confortável em tê-la por perto.

E assim anda a minha vida...

Destes dias

Não me recordo de viver com tanta incerteza como me encontro atualmente. Nada está certo, nada está garantido. Todos os dias há notícias novas que nos abanam os alicerces e nos põem na boca muitos "ses". E se eu deixar de ter trabalho, e se ele deixar de ter trabalho e se, e se, e se. Sei que não é exclusivo nosso, sei que muitas famílias passam pelo mesmo, mas tendo eu 42 anos e ele quase 52 e com um filho ainda tão pequeno, tudo isto é demasiado assustador. A verdade é que nestes quase 23 anos de vida em comum, já pssámos por situações limite, semelhantes a estas, em que na véspera de receber o ordenado a conta já estava a negativo, mas éramos só nós, muito mais novos e sempre nos fomos safando. Agora com um filho é muito diferente. Tenho muito medo por ele, nunca tive tanto medo do futuro, e viver assim não é bom. Tolda-me a mente, impede-me de viver o presente em pleno e mina-me os dias, todos os dias...