sábado, 23 de junho de 2007

A Gravidez

A gravidez foi pacífica, não tive qualquer enjoo (pelo que eu tenho lido por aí, fui uma sortuda), não tive desejos (fiquei com pena), nada em particular. Trabalhei quase até ao final do tempo, e julgo que por esse motivo, a minha coluna ressentiu-se muito. Adorava ir às ecografias, ouvir o coração, vê-lo mexer-se, tentar descobrir as suas feições.

O Z. mexeu-se sempre muito, principalmente à noite, quando a sua mamã tentava dormir.

Claro que nem tudo foram rosas, à minha idade associam-se mais riscos, e normalmente faz-se a aminocentese. Esta foi uma fase muito complicada. Por um lado o receio de poder ter uma criança com algum problema, por outro, o risco de aborto associado ao exame em si.


Antes de engravidar estas duvidas não surgiram, achava que devia fazer a aminocentese e ponto final, mas depois não foi assim tão simples. Decidi fazer as análises (não me recordo do nome), que são meramente indicativas da probabilidade de o bebé ter algum problema e depois tomaria a decisão. O resultado veio favorável, isto é, a probabilidade era baixa, mas não passava de uma probabilidade e eu queria tanto uma certeza. Estando eu neste dilema, o meu marido (que sempre achou que não devíamos fazer), como homem das matemáticas que é, disse-se que a probabilidade de ter uma criança com síndrome de Down, era inferior à probabilidade de ter um aborto decorrente de uma aminocentese. Fiquei a pensar... De seguida perguntou-me o que faríamos se o resultado desse positivo. Não fui capaz de responder, a decisão foi tomada, não fazer o exame.


Voltando atrás, tal como referi, trabalhei até quase ao fim do tempo, com muito stresse associado, muito nervoso e muita agitação. Às vezes penso que o Z. é agitado e foi (sim porque acho que já não é tanto) um bebé chorão por este motivo, deveria ter tido uma gravidez mais calma. Aliás, recrimino-me por isto e por ter tido pensamentos de duvida, de receio, em relação à sua vinda. Sempre achei que os estados de alma que temos durante a gravidez passam para o bebé e tenho que admitir que os meus estados de alma nem sempre foram os melhores. Eu e as minhas culpas em relação a tudo!!!

Adenda: Faltou referir que tive muito sono nos primeiros meses. Que saudades eu tenho daquelas sonecas.

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