terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Atenção post impróprio a pessoas mais suceptíveis (ou será mais cor de rosa)

Quem me acompanha desde o início deste blogue, sabe que este não é um blogue tipicamente cor de rosa. Basta dar uma vista de olhos aos post que aqui escrevi ao longo destes quase 6 anos para comprovar isso mesmo. Tal não significa que eu seja sombria (ou talvez seja), ou que eu não tenho momentos mais cor de rosa, que os tenho, mas quando o criei, foi num momento algo conturbado e acabou por funcionar como o local onde desabafo o que mais me atormenta. Mais uma vez o que vou aqui escrever não é politicamente correto, mas paciência, atirem-me pedras à vontade.

Amo o meu filho mais do que tudo na minha vida, por ele sou capaz de tudo, é um sentimento muito forte e difícil de explicar.
Mas hoje senti-me magoada por ele e questiono-me se é suposto uma mãe se sentir magoada pelo seu filho. Não no sentido de um filho poder magoar a mãe, mas no sentido de uma mãe se sentir magoada.
Andamos numa fase muito complicada, de comportamentos agressivos, palavras menos próprias, de algum descontrolo nos comportamentos. Já tentámos de tudo, conversas, castigos e, até algumas palmadas. Mas nada tem surtido efeito. Por regra, não acata o que lhe dizemos, desobedece continuamente, amua, grita, descontrola-se. E como não gosto de pôr paninhos quentes nestas coisas, assumo que grande parte da culpa é minha. A culpa é minha (nossa) porque acredito que os filhos são o fruto da educação que lhe damos, ponto.

Hoje de manhã queria e porque queria que o lanche da escola fosse um pacote de pintarolas. Refutei, obviamente, explicando-lhe que pintarolas não são alimento, mas sim guloseimas e que ele precisa de se alimentar bem e blá, blá. Gritou que eu era feia e má e mentirosa e já não me lembro de mais o quê. Seguimos para a escola, durante todo o caminho fomos em silêncio e quando saímos do carro e iniciámos o percurso até ao portão recusou dar-me a mão, ainda tentei explicar-lhe mais uma vez que gostava muito dele, mas que não seria uma boa mãe se lhe mandasse pintarolas para o lanche. Não me respondeu, mas o que me deixou verdadeiramente triste e magoada foi, depois de passar o portão ele faz sempre questão que fique ali até que ele entre no edifício, o ritual inclui uns acenos e uns beijinhos e hoje, o sacana nem olhou para mim, seguiu caminho, entrou no edifício e lá foi à vida dele. O que me magoou (ou será preocupação) não foi o ato em si, mas aquilo que ele representa, a falta de empatia que está por detrás de uma aitude destas.
E onde entra a culpa no meio disto tudo? A verdade é que nunca fui muito restritiva nos doces e guloseimas e o resultado é ter uma criança que se recusa a comer fruta e legumes e que faz birras sempre que lhe nego uma guloseima.

Outra questão prende-se com os jogos. Sim, o meu filho de 6 anos tem claramente um problema de com jogos, sejam eles de computador, de ipad, ou consola. Tem tanto prazer naquilo que, o saber que tem um limite de tempo para jogar o deixa nervoso e ansioso. E sempre que esse limite que lhe impomos termina o que se passa a seguir não é bonito de ver. Se o deixássemos passava de certeza um dia inteiro a jogar, sem se fartar. Apercebemo-nos que não estava a ser bom para ele e começamos por apenas permitir jogos ao fim de semana, depois só ao sábado e há um mês atrás, impusemos uma pausa ate ao anos dele. Estava tudo a correr bem até este fim de semana. Para que eu e o pai pudéssemos terminar um trabalho que tínhamos em mãos (cada um o seu), no Domingo deixámo-lo jogar no Ipad e pronto, lá voltámos ao mesmo. Hoje de manhã, antes da cena do lanche tivemos a cena do "posso ir um bocadinho ao teu ipad?, preciso mesmo de ver uma coisa". E aqui mais uma vez a culpa é minha (nossa), pois para além de o termos introduzido muito cedo nos jogos (na minha opinião), não soubemos, por vezes, impor e principalmente fazer respeitar os limites, deixando passar os "só mais um bocadinho".

Eu sei ele só tem 6 anos mas eu tenho que travar estes comportamentos antes que seja tarde demais (isto se já não for).

6 comentários:

  1. claro que não é tarde demais! educar é um processo longo (dura uma vida, uma vez que estamos ser a aprender), com altos e baixos e com algum sofrimento... Acho que todas as mães se sentem às vezes desrespeitadas e magoadas. Na minha opinão, não vale a pena valorizar os comportamentos mais rebeldes dos miúdos, pois corremos o risco de, mostrando de forma emocional a nossa mágoa, estarmos a dar um poder imenso aos nossos filhos. O meu filho de 6 anos também adora jogos e se deixassemos passaria o dia agarrado a um ecrã. Desde sempre que impusemos a regra de só jogar e ver tv ao fim-de-semana e, para nós, é uma regra de ouro, que evita inúmeras discussões e que nos permite ter paz e descanso durante a semana (jogamos muitos jogos de tabuleiro ao fim do dia). Ainda assim, preocupa-me a sua obsessão com os jogos e a forma com fica ligado ao computador; por vezes, acho que devíamos cortar ainda mais o acesso a tecnologia. São equilíbrios difíceis de encontrar, mas, lá está, acho que estamos sempre a tempo de impor novas regras e ritmos. Desejo-lhe tranquilidade e que corra tudo bem!

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  2. Cara anónima, é por comentários como o seu que eu ainda gosto da blogosfera. Gostei muito do que me escreveu, fiquei aliviada (e não me leve a mal) por não ser a única que tem um filho de 6 anos doido por jogos. Mas o que retive, de tão importante que é, foi referir que se nostrarmos emocionalmete a nossa mágoa passamos para eles um poder sobre nós, que não é de todo saudável. É mesmo isso. Obrigada e volte sempre

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  3. Minha querida
    mais uma vez calma. Revejo-me em algumas palavras tuas. O meu filho está na mesma fase. Birras gritos atira-.se para o chão... um desespero. Joga no computador e mexe em tudo, incluindoa facebook, desde os 4 anos. Se soubesses as palavras recriminatórias que oiço por causa disso e ele viciou-se nos jogos, tal e qual, começamos então a impor um limite, achei que não podia ser. Foi horrivel, mas tal como dizes há alturas em que não aguentamos mais e lá o deixamos ir ao comp mesmo estando ele de castigo, porque há dias em que o meu filho é tão dificil que só o jogo o deixa sossegado, e há em dias em que não aguentamos mais. Pomos um no parque e o outro no comp e respiramos fundo... é dose. É dificil e numa coisa tens toda a razão, eles são sempre produto da educação que lhes damos, sempre!!! Mas o que nós não podemos fazer é martirizar-nos com a educação que lhes damos, porque damos o nosso melhor, é ou não é? se assim não fosse não estavas aqui a desabafar, nem querias saber, mas não. Tu preocupas-te, tu queres ser melhor e isso é que é ser boa mãe, martirizas-re demais. Tens mesmo de começar a relativizar algumas coisas, aceitar outras e com tudo isso andar para a frente e construir um futuro cada vez melhor para o teu filho. Se ele te magoou, principalmente como foi, tens de lhe mostrar que errou, que estás triste, e para a proxima és tu que não ficas no portão a vê-lo ir, fazes de proposito para ele perceber que o vais largar e nao vais olhar para trás, porque estás magoada com a atitude dele, vais ver que numa proxima ele terá mais cuidado com a atitude dele. temos de ter muito jogo de cintura, não é nada fácil...

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  4. não é tarde não:)
    tudo normal,todas erramos.tbm tenho um míudo com 6 anos maluco por jogos de computador e tive que impôr limites.agora só ao fim de semana depois de almoço e com alarme ao lado a contar o tempo.tive que o proibir de jogar jogos de lutas e coisas mais violentas porque ele transportava a agressividade toda para o recreio da escola.isto é mesmo assim,passinhos pequeninos,às vezs avançamos dois e outras vezes recuamos três...
    concordo em que não deves deixar que ele saiba que tem poder sobre ti,isso dá-lhes força e eles são espertos e sabem manipular as coisas de forma a levarem a sua avante,mantém-te firme acima de tudo,é do que eles precisam.
    e não tenhas receio de lhe retirar privilégios,por aqui tbm havia muito iogurtes com pintarolas a toda a hora,achei que era demais e acabei com isso,agora só os come uma vez por mês.custou muito ao início,era birras atrás de birras mas agora só come os de aromas do minipreço e adora:)
    muita paciência,muita firmeza e não te martirizes tanto,fazes o teu melhor:)
    beijinhos*

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  5. Entendo a tua angústia. Educar é uma seca. O que eu vejo é que estás preocupada e a dar o teu melhor. Acredito mesmo que a educação se faz por tentativas e que não há receitas mágicas. Acredito que tu irás conseguir dar a volta à situação, à vossa maneira. Aqui em casa também já se joga computador aos 5 anos, mas o problema maior tem sido os desenhos animados. Alterei alguns hábitos para tentar contornar a coisa, chega a casa vai logo tomar banho, a seguir jantar e só o deixo ver uns minutos de bonecada depois de jantar. Depois temos o ritual da história e das cantigas e apesar das birras que faz quando quer desligar a tv, eu mantenho a minha. Mas não é fácil.

    Sobre o que ele te fez na escola, isso também seria o que me magoaria mais e acredito que tens todo o direito de te sentir assim. Não querendo aconselhar, digo-te apenas que eu fico muito chateado com ele quando tem desse género de comportamento e que converso largamente sobre isso, que valorizo,mais do qualquer coisa de mal que ele faça e que castigo. São os comportamentos que menos tolero, falta de empatia e de consideração/ respeito pelos sentimentos dos outros.

    Mas eles são apenas crianças, a nós é que cabe esta duríssima e às vezes angustiante tarefa de os educar.

    Beijinho

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  6. Ja te deixaram excelente comentarios, mas vou deixar aqui o meu testemunho.
    O meu filho tem 5 anos. E tb andava mt dificil e birrento. Tem sido mt mais castigado do que era e mais controlado do que era. Alimentação: come de tudo menos sopa em casa (come na escola sempre!!!), os doces são comuns, mas qd o vejo mt guloso e a pedir dias seguidos recuso! E sim, por xs dá birra e palavras feias!
    Jogos: Nos computadores nunca deixamos mexer. jogava nos iphones,fomos assaltados nas férias e ficamos sem eles, acabou o vicio facilmente, mas se vir o ipad do avô pede pra jogar, mas é tipo 1x de 15/15 dias. Na XBOX/PSP tem jogado mt raramente.
    TV: esteve viciado nas séries do Nicklodeon/Disney e foi preciso cronometrar. Chega a ter castigos de "não vês os teus canais"!!!

    Nestas ultimas semanas voltamos ao quadro das bolinhas de comportamento afixado no frigorifico... tem ajudado!!!

    todas nós, mães preocupadas com o crescimento e o desenvolvimento dos nossos filhos, sofremos!!!
    bjs

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