quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Da vida

Há uns tempos atrás sei que choquei as pessoas com o que escrevi aqui e aqui. Não vou dizer que mudei radicalmente de ideias, mas percebi que as certezas absolutas são uma treta pegada. Ontem o meu pai esteve o dia todo no hospital com uma anemia grave (mesmo muito grave) resultante de uma úlcera no duodeno que decidiu "rebentar". Teve que levar três transfusões de sangue e submeter-se a uma catrafada de exames a fim de descobrirem de onde vinha tamanha hemorragia. Tudo acabou em bem, às 10 da noite deram-lhe alta, mas foi um susto enorme. À distancia dos 300 km que nos separam senti o chão a fugir-me dos pés e descobri que aquela aparente indiferença em relação a ele não passa disso, aparente. Não estou preparada para isto, não estou mesmo. Odeio a puta da idade, ter 43 anos não é só ter mais rugas e mais cabelos brancos, é ter mais dores no corpo e na alma, é ter os que mais amamos com quase 75 anos e tudo o que daí advém: as dores, as doenças, o corpo a mirrar, os irmãos e cunhados (dos meus pais) a morrerem numa cadência assustadora. Não estou preparada para isto...

4 comentários:

  1. Gostei dos 3 post's. Gosto de ti também.
    Biejos

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  2. Aiiii família....
    Infelizmente nestes últimos anos perdi muita gente.... O pai também 😕...
    Difícil de gerir sentimentos!
    Bjs

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  3. Lembro-me daqueles posts.
    Lidar com os nossos pode ser das coisas mais difíceis, mas a perspectiva do seu fim nunca será menos do que assustadora. Beijinho

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