segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Da diferença

Não há dúvida que uma pessoa se adapta a tudo. Este colete que trago comigo foi-me colocado ainda estava internada. No dia da alta pedi ao meu marido que me trouxesse a túnica mais larga que encontrasse e lá saí com ela vestida sob o colete. Senti-me estranha, parecia que tinha quatro mamas e uma enorme barriga. Assim que cheguei a casa tirei-a e nunca mais vesti nada por cima. Nos primeiros dias, por força das dores, mas também porque não queria, não saí de casa. Não me passava pela cabeça sair à rua com aquele apêndice que de certeza iria chamar a atenção das outras pessoas. E assim fiquei em casa um semana inteira até à consulta seguinte. Foi o ponto de partida. A partir desse dia passei a sair mais, e sempre com o colete à vista. Chama a atenção, eu sei, e no que diz respeito aos olhares alheios há de tudo, os que que olham com estranheza, os que olham com curiosidade, os que olham com pena, os que olham e de imediato desviam o olhar, os que olham e param para voltar a olhar (estes incomodam-me um bocado) etc. etc. Ultimamente já me esqueço que trago comigo algo que não é "habitual" e dou por mim a questionar-me do porquê de tantos olhares. Claro que não invalida o facto de não ver a hora de me desembaraçar deste empecilho..

1 comentário:

  1. Sem duvida que para tudo é uma questão de habito! o colete ja "faz parte de ti" e por isso senteste mais à vontade com ele...

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