quarta-feira, 18 de abril de 2012

Desabafo (estou mesmo a precisar)

Por vezes sinto-me tão perdida nesta tarefa de educar um filho. Dizem-me que devo seguir o meu instinto, mas nesta altura ele não me diz nada.
O meu filho, sempre que vislumbra a possibilidade de ter um castigo, chora, sempre que erra uma pergunta que lhe fazemos ( em casa ou na escola) chora, se brincamos com ele e lhe dizemos que hoje vai dormir a sesta (ele deixou de dormir a sesta há pouco tempo na escola e anda todo feliz)), chora, se perde um jogo chora, se um amigo não quer brincar com ele chora, se um amigo o chateia, ou o chama algum nome que ele não gosta, chora. Ou seja, a primeira reação dele às contrariedades é chorar. Se eu lesse isto num qualquer local, pensaria "ok é uma criança, porque não haveria de chorar? " Mas a situação começa a preocupar-me porque isto não é bom para ele, e porque tenho receio que lhe traga alguns problemas quando, daqui a poucos meses entrar na escola (se entrar). As crianças são cruéis e se no infantário já o chamam choramingas e bebé (contado por ele), como será quando for para a escola. E eu, que na idade dele era assim, sei bem do que falo.
Como é que se contraria isto? Já tentámos tudo, já conversámos com ele, já lhe explicámos que não precisa de chorar, mas a situação tem vindo a piorar. Ultimamente, na escola todos os dias há um episódio de choraminguisse do João e eu ando tão cansada desta conversa e sinto-me tão impotente, que me tenho virado contra elas (educadora e auxiliares). Juro que já não as posso ouvir, é mais forte do que eu. Depois é o meu marido, com as suas metodologias de o confrontar, chamando-o choramingas e dizendo-lhe que quem chora é fraquitelas... Há ainda a questão da auto estima, o meu menino, por mais reforço positivo que lhe demos, acha sempre que não consegue fazer as coisas e quando acha que não consegue, desiste.
No meio desta merda toda eu sinto-me apenas uma mãe, que ama o seu filho mais do que tudo na vida, que quer o melhor para ele, mas que nesta altura só tem vontade de pegar nele e fugir para bem longe de tudo e de todos que o possam magoar.

5 comentários:

  1. Não é fácil, queremos protege-los do mundo e da crueldade/maldade dos outros, mas não pode ser!!!
    Incentiva-o, elogia-o pra que se sinta mais confiante!
    Qd chora, pede-lhe que se acalme e fale, verbalize o que se passa... ajuda-lo a aprender a lidar com a frustração!
    Não sofras por antecipação! pode ser que a adaptação à nova escola corra bem... e ele encontre um grupo com que se identifique mais!!!

    Mas se vires que não consegues arranjar a melhor maneira de o ajudar procura ajuda. Um bom psicologo! [sim, o dinheiro não abunda, mas podem consulta-lo apenas 1 ou 2 x]
    Uma amiga obteve excelentes resultados com 2 sessões numa psicologa com a filha de 4 anos q rejeitou a 2ª gravidez d mãe e começou a ter comportamento insuportável, mal educados, birrentos na escola e em casa!

    ResponderEliminar
  2. Sei tão bem do que falas... o meu Rodrigo teve uma fase muito complicada há pouco tempo, e o ano passado também. O ano passado era muito fechado não falava comigo sobre nada, e quando eu chegava ao colegio ele estava sempre de castigo.Faziam-me muitas queixas dele como se fosse um monstro. Sofria ele e sofria eu. Depois vieram as férias, melhorou ligeiramente. Este ano na escola nova, (tenho-o comigo) comecei logo por avisar a educadora que ele tinha um comportamento muito irrequieto, que não era uma criança fácil, etc, etc. Não tardou que as queixas começassem e todos os dias (todos os dias, sem excepção) lá vinham as queixas... principalmente do refeitorio e do intervalo, porque dentro da sala de aula a coisa até funcionava, mas fora do controlo da educadora, batia nos miudos todos, cuspia, arranhou, cuspiu, mordeu... E eu chorava, porque já não sabia o que fazer à minha vida e a tantas queixas e a te-lo na mesma escola que eu e ser vista como não conseguir educar o filho... foi mesmo muito mau. Entrei num desespero, de gritar com ele, de lhe dizer que ele se estava a tornar insuportavel, comparava-o a outros meninos mais calmos, eu sei, fiz uma serie de coisas que nao se devem fazer, e foi aí que falei com uma psicologa, não ele, mas eu, para me ajudar a lidar com a situação. Pois bem levei uma esfrega que foi obra. Nada de o comparar a ninguem, sempre sempre reforços positivos, nunca o privar da minha companhia como castigo, porque nestas fases precisam ainda mais de nós, dizer-lhe todos os dias, que o dia anterior não tinha corrido bem, mas que o dia em questão iria correr bem, e quando não corria, nunca me chatear com ele, sempre conversar, sempre faze-lo falar, e mais uma vez assegurar-lhe: não correu bem hoje, mas eu vou ajudar-te filho, amanhã vai correr melhor. E foi o que fiz, comecei a fazer esse trabalho com ele, e se te dizer que mudou muito nem acreditas, mas foi verdade. Eu deseperada com a situação comecei a ir pelo caminho mais obvio e andava de rastos, porque gritava com ele a toda a hora, dava-lha palmadas a toda a hora (porque ele testava-me a cada segundo)foi mesmo dificil. Ponderei muitas vezes leva-lo ao psicologo, mas quem precisava muito de orientação era eu. Esta questão do nascimento do irmão tem sido muito dificil, e a mudança de escola a mesma coisa. Neste momento ele continua reguilão, tira-me muitas vezes do serio mas já nao tenho as queixas que tinha e as coisas melhoraram bastante. Há de ser sempre a criança mais mexida da sala, quando vao ao intervalo ele vai sempre pela mao da educadora (i wonder why)e as coisas vao-se controlando assim. A psicologa a mim, disse-me para deixar de valorizar as queixas das auxiliares e edicadora, ouvi-las e nao me chatear nem me exaltar, e assim que estiver com ele a sos, conversar logo com ele muito calmamente e fazer o tal trabalho do reforça positivo. Estas coisas levam tempo, nao se veem resultados de um dia para o outro, é preciso muita paciencia e saber esperar que as coisas melhorem. O importante é que converses muito com ele para terer sempre noção do ponto da situação.

    ResponderEliminar
  3. Minha querida Mariah,

    Acho que a Sofia te deu óptimos conselhos. A tolerância deles à frustração é ainda muito pequena e chorar é a manifestação disso mesmo. Parece-me que não valorizar muito o choro pode ser uma ideia. Esperara que ele se acalme e depois falar com calma. Comparações e juízos de valor não me parece nada positivo. Choramos para libertar toxinas provocadas pelo stress. Se ele tem tendência para se enervar, talvez uma actividade física lhe fizesse bem.

    Beijinhos grandes e tentar ter calma.

    ResponderEliminar
  4. Raquel, já pensei em consultar um psicólogo, não tanto por ele mas mais por mim. Como diz a Sofia nós por vees cometemos disparates julgando que estamos a proceder bem.

    Sofia, muito obrigada mesmo, vou seguir os teus conselhos que me parecem bem sábios.

    Gaivota, eu evito sempre juízos de valor e comparações, acho que não há pior. O problema é que eu não controlo o que se passa na escola.
    Mas eu sei que vai melhorar.

    ResponderEliminar
  5. É claro que vai melhorar, e vai começar a melhorar quando ele te sentir mais calma e mais segura de ti. Nós somos as âncoras deles é em nós que vão buscar a confiança, a segurança. Mesmo que te apetece explodir e só te apeteça chorar, desvaloriza as coisas na frente dele.

    ResponderEliminar