sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Quem diz a verdade não merece castigo (espero eu)

Há uns dias, decorrente dos acontecimentos com a professora do meu filho, aqui detalhadamente relatados, apercebi-me de que algo me estava a desagradar nisto tudo. Comecei a sentir um desconforto que não conseguia perceber a origem. E, depois de muito pensar, percebi o que era. Senti que me estava a transformar na cusca dos pais. Aquela que está a sempre a dizer mal da prof aos outros pais e aquela a quem os outros pais vêm fazer queixinhas. Aparentemente não tem nada de mal, mas eu não me sinto bem nesse papel, não tem nada a ver comigo. A gota de água surgiu após duas situações: uma foi quando soube que os outros pais, sempre que se reuniam com a professora, por terem algo que os desagradava, referiam e reforçavam como exemplo desse desagrado, a mãe do João. Eu, portanto. A outra situação foi a de uma mãe de um menino com necessidades (sérias) educativas especiais que me perguntou se eu a acompanhava a uma reunião com professora e com a diretora. Aí, caiu-me a ficha, senti que não tinha vontade de aceder ao pedido dela, que o assunto não me dizia respeito. Seria hipócrita se não dissesse que essa situação me fez sentir um verme. Quer dizer, transformei-me naquela que ateia o rastilho e depois se chega para trás. Quis por um ponto final nisto tudo, fui falar com a Professora, manifestei-lhe as minhas preocupações e insatisfações e a partir daí, deixei-me de conversas com os restantes pais. Tomei a decisão, mantenho-me atenta ao que se vai passando e, a ocorrer algo, faço o que tenho a fazer, falo com a professora, ou com a diretora e, eventualmente, com a representante dos pais, que por sinal, é bem sensata. Sei que não fico bem na fotografia, neste post, mas também sei que a hipocrisia não é um dos muitos defeitos que tenho.

4 comentários:

  1. Eras a "sindicalista" das mães!!!
    Não te metas nos assuntos dos outros, cada um que trate dos seus!
    Beijos

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  2. sigo-a na mesma decisão. "A mãe de turma", titulo que me tentaram colocar mas só para o que (lhes) convinha - aos outros pais e à professora. Isto de se ter necessidade e consciência de se poder dizer o que vai na alma tem muito que se lhe diga, principalmente quando nos toca aos filhos. E os restantes pais aproveitam-se, em modo sindicalista. true story,
    O que é certo é que quando algo corre mal (ou ao lado das expectativas de uma educação que formata) não há meio termo : ou somos a "mãe-exemplo" para a luta de outros pais ou somos a "aquela-mãe" , a maluquinha/mãe-galinha e somos dados como referência da má-atitude para com as boas intenções da escola e sistema.
    Primeiro os nossos.

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    1. Não diria melhor, é mesmo isto que escreveu. Aprendi a lição :)

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