segunda-feira, 6 de julho de 2009

Palmada

Ontem, pela primeira vez, dei uma palmada no meu filho. Estávamos no banho, assim que eu fechei a torneira ele, como habitualmente, abriu-a. Adverti-o mais do que uma vez para não o fazer, mas não ligou e, num impulso, dei-lhe uma palmada no rabo. Não foi com força mas ele ficou tremendamente ofendido. Hoje. cada vez que me lembro da carinha dele de espanto pelo que eu tinha feito, tenho vontade de chorar. Não fiquei bem, mesmo nada bem. Não sou fundamentalista contra a palmada, mas até ontem tentei encontrar sempre alternativas à mesma, e acho que me saí bem. A verdade é que, ou é dos meus olhos, ou eu não vejo maldade nas atitudes do meu filho, mesmo naquelas que me deixam os cabelos em pé. Enervo-me quando prolonga a hora de se ir deitar e pede mais uma história, mas sei que o que ele quer é ficar mais tempo connosco. O mesmo se passa em relação à sesta. Enerva-me quando ele se recusa a por fralda, mas sei que para ele é uma brincadeira que tem comigo. Enerva-me que não queira comer a sopa, mas já percebi que é uma forma de se afirmar e com algum jeito acaba por a comer toda e ainda se vangloria com o facto, lol. Enerva-me que faça umas valentes birras aquando do regresso a casa após uma ida ao parque, ou uma visita à casa do seu amigo vizinho, mas percebo que ele estava divertido e gostava de continuar.
Ontem, o que ele queria era continuar a encher os cubos de água e despejá-los, eu, o que queria era despachar o banho rapidamente. É por isso que fiquei triste e é por isso que tenho vontade de chorar, sempre que me lembro da sua carinha de espanto pelo o que eu tinha feito.

6 comentários:

  1. Oh miuda, não fiques assim! São coisas normais, todas elas. Eu, que me gabava de se contarem pelos dedos de uma mão as vezes que dei uma palmada ao mais velho, vejo-me por vezes a dar uma por dia à mais nova. Podes ter a certeza que te dói mais a ti do que a ele, que, a esta hora já esqueceu...

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  2. CJ, agora fizeste-me rir. Por mais que eu não queira, sei que foi a primeira de muitas.

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  3. Eu sinto o mesmo por cada uma que lhe dou, mas acho que ele faz comigo aquilo que eu fazia com a minha mãe. Olha para mim com cara de "dá outra, que essa não doeu!". As coisas são assim... Ele esquece, tu é que não.

    Beijos

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  4. Vai ser a primeira de muitas (infelizmente). Eu também sou como tu, tento ao máximo não dar e penso tal como tu...
    Mas de vez em quando tem de ser...
    A eles não doi, passa-lhes logo... e se ele ficar muito sentido tens de fazer como eu... dizer que a mãe gosta muito dele(a) mas que não o pode deixar abusar.

    Bjcas

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  5. Sabes que os miúdos que levam poucas palmadas, ficam muito espantados/magoados quando lhes cai uma em cima. Continua a procurar alternativas sempre que possas, mas tem em mente que tb não nos podemos torturar de cada vez que damos uma palmada injusta. O Bi leva poucas, mas qdo leva é qdo é deliberadamente teimoso ou mal- educado, só para me contrariar. Com essas asneirolas, só lhe bato qdo perco a paciência e aí sinto-me culpada, mas tento evitar da próxima, sem me martirizar muito.

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  6. A educação quando é dada de forma QB, acho que é a ideial. E pareces-me muito bem. Eu também não vou permitir embirrações parvas... são formas de eles nos testarem e perceberem se têm ou não limites. Também acredito que nós (pais) nos sintamos pior do que eles ;)
    Beijão

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