quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Do meu filho

Como já aqui referi a minha irmã está a sobreviver ao desgosto que sofreu no ano passado. Retomou lentamente a vida dela. Em Junho deixou a nossa casa e rumou novamente para a casa onde antes foi feliz, para a casa que está cheia de recordações e cheiros (ainda anda por lá o cheiro do perfume dele). Continua a aparecer por cá, continua a dormir algumas noites aqui, mas a casa dela é a casa dela. Olhando em retrospetiva, e apesar de ter consciência que, quer eu quer o meu marido, lhe demos muita e muita força, reconheço que não fomos nós os únicos responsáveis pela sua "recuperação". Quem, no meio desta tempestade lhe deu mais alento, foi sem dúvida o meu filho. No início, quando tudo aconteceu ele, ou por não perceber o que se passava, ou por ver claramente que a tia não estava bem, afastou-se. Evitava estar com ela, por vezes era rude. Eu não altura não percebia, e ficava triste pela aparente falta de empatia que ele demonstrava. Acabámos por lhe contar o que tinha sucedido (obviamente que não falámos em suicídio) e com o tempo ele voltou a aproximar-se da tia. Foi com ele que ela voltou a sorrir, foi com ele que ela voltou a rir. Ele não evita falar do T. com a tia, mas protege-a naquilo que ele considera que  que pode trazer-lhe tristeza, como quando está a ver fotos do meu telemóvel com a  minha irmã e sabe que a seguinte tem o T, ele sair imediatamente da visualização. Na época festiva que passou falou muito dele, lembrava-se que tínhamos estado juntos no Natal e na passagem de ano e dedicou muito tempo à tia. Quando por vezes me zango com ele ou quando me questiono sobre a educação que lhe estou a dar, lembro-me disto e fico mais descansada. Afinal, não devo estar a fazer um mau trabalho.

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