quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mais um desabafo, que eu bem preciso e faz bem à alma (da saga: o meu filho na escola)

Já tinha desconfiado, mas julguei sempre que estava a fazer grandes filmes e que estaria a ser injusta. Desvalorizei. Há uns dias encontrei uma mãe de um menino da sala do meu filho e estivemos a conversar. Perguntei-lhe como se estava a dar o filho com a esta professora(como no ano passado ficou retido no segundo ano, foi integrado na turma do João). E o que eu ouvi da senhora veio ao encontro das minhas suspeitas. A professora quando os pais manifestam algum desagrado/preocupação/reclamação junto dela, durante algum tempo, "toma os miúdos de ponta".
No final do período passado tive que falar com a professora devido a uma situação de um colega da turma do meu filho que sempre que era contrariado, chamava o irmão mais velho e os amigos para "arrearem" nele. Ora, assim que ouvi miúdo mais velho, passei-me e EDUCADAMENTE falei com a professora. À primeira tudo bem, à segunda tudo bem, mas na terceira abordagem já senti alguma hostilidade por parte da professora, uma espécie de "lá vem esta outra vez chatear".
Nos dias que se seguiram a estes, sucederam-se algumas situações que levaram à minha desconfiança mas, como acima referi, desvalorizei julgando que estava a ser injusta. Ora bem, o João, que até aí estava na fila da frente (por usar óculos), passou para a última fila da sala. Fiquei intrigada mas, como sei que ela os vai mudando de lugar com alguma frequência, tudo bem, vamos ver como corre. A seguir veio um comentário da caderneta a propósito de um comportamento do meu filho que, na minha opinião não tinha grande sentido. Respondi ao recado, da forma mais assertiva possível, falei com ele e a coisa passou. Mas o que realmente me deixou a pulga atrás da orelha foram as informações que chegavam do meu filho: "a professora anda a zangar-se muito comigo", " eu acho que ela já não gosta de mim", "como a minha letra é feia a professora está mais má para mim". Durante alguns dias o puto foi-se queixando. Entretanto chegaram as férias e não mais pensei no assunto.
Esta semana voltámos ao mesmo. Na segunda enquanto jantávamos informou-nos (a choramingar) que ia chumbar o ano (isto é pedagógico???) porque tinha a letra muito feia. Tinha sido a professora que lhe tinha dito. Escusado será dizer que fiquei furiosa (não manifestei a minha fúria perante ele, obviamente).
Ontem disse-me que a professora se tinha zangado com  ele porque não tinha feito todos os trabalhos de casa. Como ele faltou na sexta feira, trouxe uma carrada de trabalhos: os que não fez na sexta durante as aulas, os que ela enviou para o fim de semana e os de segunda. Como habitualmente fazemos quando falta à escola, na segunda ele fez uma grande parte e, deliberadamente, deixámos o restante para fazer durante a semana. Por isso, a que propósito é que ela se foi zangar com o miúdo?
Ontem à hora de almoço, informou-me que a professora "detestava" o lápis que lhe tinha comprado. Bem aqui saltou-me a tampa, são lápis n.º 2 de uma outra marca. Como ele gasta/perde lápis a uma velocidade estonteante, comprei-lhe 10. Agora a mulher detesta-os!! E, mais uma vez, esta semana tem-se queixado que a professora já não gosta dele, que está sempre a zangar-se com ele, que lhe disse que ele e o C. estavam a piorar, que tinha que trabalhar mais depressa...
Enfim este post já vai longo e eu agora estou num dilema: por um lado acho que devo ir ter uma conversinha com ela, tentar perceber o que se passa, mas por outro lado, tenho receio que ainda vá piorar mais a situação. Honestamente, odeio estas coisas, esta "discriminação" sem sentido. Nestas idades (como em todas, aliás) é tão importante que os miúdos se sintam integrados, que sejam tratados da mesma maneira, que não sintam que uns são mais bonitos que os outros. Tenho que pensar muito bem.

5 comentários:

  1. que horror!!!! pelo menos vai perguntar se é verdade que ela lhe disse que ele ia chumbar. Perguntas de forma suave, assim para ela não sentir que queres conflito. Eu sei o que sentes, a minha não é assim (é justa) mas tem coisas parecidas, é um pouco bruta, então eu falo com ela sempre a bem, porque tenho medo justamente do que te está a acontecer. Agora a sério, vai lá falar, ela tem hora de atendimento? diz lhe que ele disse aquilo do chumbar, que anda muito choroso, desmotivado, para ver o que ela diz.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Manue a história do chumbo já é reincidente, pelo que tenho quase a certeza que é verdade. Ontem falei com a minha mana que é professora do 2º ciclo e ela também achou um disparate ameaçar com uma história destas. Ela tem meia hora de atendimento por semana, e na próxima semana lá estarei. E vou abordar como tu referes, choroso, desmotivado que até nem deixa de ser verdade. Vamos ver como corre, eu até acho que sou uma craque em assertividade, hehe, sou boa em, uma no cravo e outra na ferradura. Mas sabes, ando sem paciência para isso, apetece-me mesmo partir para o conflito. Mas não o vou fazer, claro. Obrigada Manue por apareceres

      Eliminar
  2. Eu falo pra miúdos de 3º ciclo / adolescentes e por vezes tenho que repreende-los e assustá-los com o 2 à disciplina, mas estes já entendem que há consequências para a falta de atenção e de estudo, mas noutras tenho q os motivar, elogiar, diversificar estratégias de forma a conquistá-los!!! é um jogo permanente e cansativo...
    oh pa´... sendo eu professora isso faz-me confusão esses ataques pessoais, porque estamos a falar de crianças de 1º ciclo. Alertar, repreender, corrigir faz parte da profissão, mas nunca se deve "massacrar" uma criança com o assunto, se for necessario, deve transmitir-se as preocupações aos encarregados de educação...
    Essa professora parece-me estar num situação de grande desmotivação profissional ou então é muito "bruta"!!!

    Fala com ela! Não ataques! usa essa tua assertividade!!!

    bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É isso mesmo Raquel, é preciso perceber quem se tem "à frente" , ameaçar com chumbo miúdos da idade do meu filho é um pouco tonto, pois eles ainda não percebem os critérios e ficam confusos. Vamos ver como as coisas evoluem, mas em princípio irei falar com ela. Um beijo

      Eliminar