terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Post lamechas (mas sincero)

Uma das consequências de se viver numa grande cidade como Lisboa é a dificuldade que se tem em se cultivar as amizades. Não é muito fácil combinar um lanche ao fim do dia para pôr a conversa em dia, pois a distância e o trânsito que se apanha para regressar a casa não o permitem. Apercebi-me disto assim que cheguei a Lisboa para estudar, a maioria dos colegas eram de cá e tinham as suas vidas, o mesmo já não se passava com minha irmã que estudava em Coimbra onde quase todos vinham de fora. De início estranhei, vivia sozinha num quarto alugado jantava sozinha numa cantina e foi assim até começar a viver com o meu marido. Depois habituei-me e comecei a apreciar este estado solitário. Não me faz confusão a solidão física, nunca me fez. Desde que vivo com o meu marido que todas as semanas ele se ausenta três dias e acreditem que tirei sempre partido destes momentos. O mesmo já não digo em relação à solidão emocional, que não é mais do que não ter quem nos ouça quando disso estamos a precisar.
Tudo isto é para dizer que graças à vossa genorosidade e à vossa disponibilidade tenho-me sentido apoiada duma forma que há muito não sentia. Não vos conheço pessoalmente mas acreditem que sinto um carinho muito grande por todas.

9 comentários:

  1. Eu lido muito mal com a solidão...
    E a blogoesfera serve para muita coisa: partilha, compreensão mútua, reconhecimento, identificaçao.

    Bjos grandes

    Cristina

    ResponderEliminar
  2. Idem aspas no carinho. Tb não gosto de solidão... Já não suporto estar sozinha. Nos primeiros anos de trabalho, vivia sozinha e andava sempre no laréu, pois, na altura, ainda tinha cá muitos amigos. Agora ainda tenho, mas, por vezes, deixamos o tempo passar, sabes como é? O que vale é que durante o dia tenho uma vida super cheia de gente. À noite, já só quero Bi e marido.

    Luz de Estrelas

    ResponderEliminar
  3. Áí rapariga que tenho de te dar uma coça!
    Então uma pessoa não se pode constipar e ficar de molho um par de dias que a menina põe-se a diagnosticar-se a si própria, inicia mais uma etapa na vida do pequerrucho e ainda faz uma brilhante auto-análise? E eu que só produzi ranho este tempo todo...

    Falando sério, uma vez mais tiro-te o chapéu pela honestidade, frontalidade e capacidade de auto compreensão. Infelizmente, a inteligência não é sinónimo de felicidade, mas também nos dá recursos para ultrapassarmos as dificuldades à medida que elas vão surgindo.
    Um dia de cada vez, como os alcoólicos... é assim que eu vou levando.

    Sempre que precisares do meu stock de piadas parvas para momentos dificeis sabes como dar a volta para falares comigo.

    Bjocas grandes,

    ResponderEliminar
  4. Parabéns a você! Um beijinho à mãe, ao filho e também ao pai.
    Apesar de não vos conhecer, não podia deixar passar a data. Muitas felicidades e...força!

    ResponderEliminar
  5. Obrigada pela parte que me toca a mim, se é que toca, lol. ânima, que eese teu filho precisa da tua força e da tua energia, brinca ri diverte-te sente-te feliz aproveita tudo o que tens e és, amanhã pode já não ser assim...
    de onde és afinal? nestes dias não vais à tua terra passar o natal ver a mamã????

    ResponderEliminar
  6. Desde que estou em casa com o meu filho que tenho sentindo o peso da solidão. Amigos bons tenho alguns que estão longe, alguns mesmo noutros países, mas quando estava a trabalhar convivia com muita gente e tinha boas amizades no trabalho.

    A minha família é o meu marido e o meu filho. Tenho uma mãe que vive a 50 km, mas que está muito embrenhada na sua própria vida para me dar algum apoio. Falamos todos os dias, mas temos uma relação em que eu sou a mãe e ela é a filha. Tenho mais família claro, mas não são pessoas que interessem muito (com excepção da minha mana pequenina), por isso percebo-te bem.

    Acho até que a tua depressão terá um pouco a ver com a falta de pessoas na tua vida, pessoas a quem amar, de quem receber amor. Eu sinto isso, e antes de ter o meu filho ainda sentia mais.

    Vamos buscar forças não sei onde para fazer face às dificuldades do dia a dia, mas a mim falta-me um apoio de um pai, de uma mãe, de irmãos e cunhados presentes e infelizmente não tenho isso. Sempre pensei que depois das ausências e dos sofrimentos da infância não precisasse deles para nada na idade adulta. Enganei-me.

    Desculpa estar para aqui a falar sobre mim, isto apenas para te dizer que não estás sozinha. Compreendo-te bem, a tua voz tão franca poderia ser a minha em tantos momentos.

    Um dia temos que nos encontrar e fazer curtas essas distâncias todas. Ao menos por aqui elas não existem.

    Um beijinho grande

    http://luzesombra.wordpress.com/

    ResponderEliminar
  7. Concordo completamente com o início do teu post! Senti o mesmo quando vim para Lx!
    Quanto ao carinho de pessoas que, no fundo, não conhecemos, é TÃO BOM recebê-lo. Sabe tão bem.
    Bjinhos e muita força.

    ResponderEliminar
  8. Por mim, junto-me à May e vamos ter contigo.
    Felismente não me sinto assim tão só... para começar nos meus pais... que já pouco mais posso dizer. Mas enfio-me tão bem nos sapatos alheios que só me apetece é abraçar-vos quando vos leio estes desabafos! Posso partir umas belas fatias do carinho todo que recebo e distribui-lo, a começar por alguns amigos meus, por ti, pela May... não me importo, juro que não me importo!!
    Um beijoooooo assim ENORME

    ResponderEliminar
  9. Pois fica combinado, quando for a Lisboa vamos nos encontar, ou se vieres cá ao Porto.

    Apesar da distância quero-te muito bem e principalmente que nunca te sintas só.

    Beijinhos
    Rakel

    ResponderEliminar