quarta-feira, 16 de abril de 2008

Recomeço

Não sei se estou melhor, ou pior, mas sinto muitas saudades de por aqui andar. Ausentei-me porque não me sentia capaz de escrever, de ler e de comentar. Ausentei-me porque achei que este mundo dos Babyblogs, às vezes demasiado cor de rosa, me estava a perturbar. Ausentei-me porque não queria expor-me ainda mais do que fiz até agora. Ausentei-me porque não quero transformar este meu canto, criado com o nascimento do meu filho, num espaço triste e angustiante. A verdade é que há muito tempo que não estou bem, e acreditem, que apesar das minhas angustias e inseguranças, eu não costumo chegar ao ponto onde cheguei. Tenho as minhas quebras, tenho os meus momentos de tristeza, mas não com esta dimensão. A razão é já sobejamente conhecida por quem me lê e, se no início senti "à vontade" para aqui expor o assunto, nos últimos tempos tal deixou de acontecer. E claro que o resultado foi pura e simplesmente, querer "fugir" daqui.
Pensei muito em tudo isto nestes dias, se deveria continuar ou se deveria acabar com o blog e cheguei à conclusão que quero muito manter este canto, mas só o consigo fazer se "puder" escrever o que me vai na alma, correndo o risco de me expor nas minhas inseguranças, e de um dia me arrepender de o ter feito. Mas é assim que tem que ser.
Contrariamente ao que é habitual (seja lá o que isso for), o meu filho prefere o pai, e demonstra-o claramente. É nele que procura o mimo e o conforto e nestes momentos é melhor eu não aparecer pois as birras são descomunais. Se quer o pai, tem que ter o pai. Nunca escondi que isso me entristece, e que não tenho lidado bem a situação, mas tenho feito um esforço muito grande para, pelo menos, aceitar. Acredito que me considerem infantil e insegura, mas digam-me sinceramente, como é que se sentiriam perante as seguintes situações:
Vão buscar o(a) vosso filho(a) ao infantário com o pai, invariavelmente, ele(a) corre para os braços do deste, o pai afasta-se para ir buscar o casaco dele(a), e o vosso filho(a) desata a chorar porque quer colo, vocês vão para pegar nele(a) e ele(a) deixa-se cair. não é o vosso colo que quer.
O(a) vosso filho(a) dá uma queda, chora desconsoladamente, vocês estão mais próximas e acorrem de imediato. O(a) vosso filho(a) não para de chorar e começa a esticar os braços para o pai, este pega nele(a), o vosso filho(a) aconchega a cabeça no ombro do pai e cala-se.
O pai num momento de carinho, dá-vos um abraço, o vosso filho(a) aproxima-se e agarra-se às pernas do pai, este pega nele(a) e decide continuar o abraço a três. De repente vocês começam a sentir umas mão pequenas a empurrarem-vos, e quando vocês se afastam, dá um abraço carinhoso ao pai.
Chegam a casa, depois de um longo dia de trabalho, estão cheias de saudades do(a) vosso (a)menino(a), saíram tão cedo que nem o(a) viram. Abrem a porta e o vosso filho(a) aparece, faz-vos um sorriso lindo, pegam nele(a) e ele(a) de imediato desata a chorar e a esticar os braços para o pai.

Estes foram algumas das muitas situações que ultimamente têm ocorrido e que, confesso, me fizeram " cair no fundo". Ultimamente tenho adoptado outra estratégia que é estar atenta e valorizar os momentos de carinho que ele tem comigo, como hoje por exemplo em que da sala, me atirava com beijinhos, enquanto eu estava na cozinha. Ou os abraços que damos depois do banho com ele enrolado na toalha e nos meus braços. Tenho procurado valorizar o facto de ele, na ausência do pai, querer sempre que eu esteja por perto, e que me procure da mesma forma que procura o pai, quando este está presente. Tenho procurado valorizar o facto de ele indescutívelmente, estar mais calmo quando está só comigo, também há birras, é certo, mas em muito menor número. Tenho procurado valorizar, o facto de ele, em momentos de maior stress, como nas sessões de ginástica respiratória, ou nas vacinas, sentir segurança com a minha presença. E principalmente tenho procurado ter sempre presente que eu sou a mãe dele.

Adenda: a todos agradeço o carinho, foi e ainda é muito importante para mim. E mais uma vez peço desculpa por voltar ao tema, mas tinha mesmo que escrever isto, senão não conseguia regressar.

14 comentários:

  1. Fizeste bem querida. E sei bem o que te deve custar. Li-te com atenção e constatei uma coisa: o teu filho não te ama pouco, ele tem é uma paixão assolapada pelo pai, o que, comparativamente, deve deixar-te tristinha e às vezes posta de lado. Se fosse assim muito, muito evidente qualquer mãe se ressentiria um pouquinho. Mas tu estás num caminho óptimo: olhar para o que ele te dá (cont)

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  2. e não para aquilo que ele dá ao pai. Podem ser daquelas almas inseparáveis e tens que estar preparada para isso. Mas o amor dele por ti não deixa de ser grandioso. E às tantas quando menos esperas ele pode alterar-se. Mesmo a doer, faz um esforço tremendo para não o demonstrares a ele. E o teu marido tb podia dar um espacinho para ele estar uns tempos ctg! Coragem, amiga. Não valorizes demais, mas não fujas ao sofrimento. É teu e só tu o entendes na tua plenitude. Um beijinho de boas vindas. Luz

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  3. Estive aqui ontem, minutos antes de postares com certeza, que bom Mariah chegar aqui e haver post!

    Agora vou lê-lo e já comento ;)

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  4. Maria isso não será também um pouco reflexo de o pai estar mais tempo ausente??? Connosco acontece muito isso, como estou eu mais tempo com ele, qiando vê o pai delira e só o quer a ele, mas depois noutros pequenos gestos percebo que me ama muito, não estarás demasiado centrada nisso? noa será mesmo a falta do pai que o faz querer tê-lo por completo quando é possivel???

    e eu acho que deveria procurar ajuda, maria, eu também o vou fazer assim que puder monetariamente, senão estas crises estão sempre a aparecer e tu nunca vais conseguir sentir-te a 100 por cento para usufruir da companhia do teu filhote... e principalmente para te sentires bem contigo... procura ajuda... eu agora fui-me abaixo estive em casa com cimprimidos e estou ligeiramente melhor mas sei que isto nao é suficiente e logo que possa vou tratar de mim... senão ninguém à minha volta será feliz comigo...

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  5. Mariah, primeiro acho que não tens que pedir desculpas a ninguém. Depois concordo contigo, há muito blog tremendamente cor-de-rosa, que eu questiono muitas vezes se aquilo tudo será verdade (eu acho que não, mas pronto, seclahar sou eu que sou amarga), mas não acho que isso nos deva pressionar, ou fazer com que deixemos de escrever o que nos der "na bolha". Escreve querida, quem aqui vem de coração não será para te julgar ou avaliar, mas sim para te tentar dar força, ou fazer-te vêr as coisas de outro prisma. Quem não vier com essa intenção... é lamentavél e vale o que vale.

    Do teu menino... se eu quizer ser sincera contigo Mariah, acho que isso também me deitava por terra :(((
    Mas acho que devias falar nisso com o teu marido, de forma a que consigas têr mais momentos assim, tu e o teu filho. Sei que tens uns horarios complicados, mas nas alturas em que possas, fazer coisas a dois, mãe e filho. Não sei se és da zona de lx, mas estava a pensar por exemplo, começares a fazer umas aulas no gymboree com o teu menino. São momentos de diversão para os dois, e isso vai fazer-te sentir bem, ligada a ele.
    Concordo com a Luz, não me parece nada que o teu filho te Ame pouco, mas acredite que te magoe muito essa preferência. Luta Mariah,não te deixes afundar em pensamentos escuros, escolhe o "copo meio cheio" em vez de meio vazio.

    Beijinho grande para Ti

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  6. Estou muito contente por ver que regressaste. Já sabes o que penso, por isso não me vou repetir.

    Quero apenas dizer-te que estás a ser muito corajosa e valente ao admitir tudo isto abertamente e ao lutar de cabeça erguida.
    Deixa que a fase do avozinho passe e vais ver o teu filho a apaixonar-se também por ti, porque claramente, amar, já ele te ama.

    A sugestão que a Zá te deu pareceu-me muito boa, actividades a dois. Sabes que depois das primeiras aulas, tem sido sempre o pai a fazer a aula de natação com o pinguim? Eles também precisam dos momentos só deles.

    Anteontem o meu marido chegou a casa muito tarde e não viu o filho. Quando o pinguim acordou a meio da noite e foi lá o pai, estava com tantas saudades dele que nem ligou quando eu saí do quarto, quando o normal seria desatar num pranto.
    Aos poucos, tu e o teu marido conseguem mudar as coisas.

    Nunca deixes de ser sincera, só assim estas partilhas neste mundo da net fazem sentido.

    Um beijinho grande de boas vindas

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  7. Este teu post deixou-me sem folego. Comecei a ler-te na altura em que começaste a falar sobre esse assunto e identifiquei-me imenso contigo. Tive uma fase em que o Pedro era igual o que me deixava numa tristeza enorme. Nessa altura decidi que todo o tempo que tivesse livre o ia passar a brincar com ele, a criar laços, connosco resultou. O Pedro não me parece ter preferência por nenhum dos pais, neste momento, e procura muito o meu mimo. O pai costuma dizer que eu o acalmo com mais facilidade.

    Assim, sei bem o que sentes, ou talvez não saiba bem, mas reconheço o sentimento. Eu andava tristíssima. Acho que estás a reagir bem, escolhe a estratégia que te parece resultar melhor. Mas como disse alguém já aqui nos comentários, não me parece que ele não goste de ti, é mais uma verdadeira "paixão" pelo pai. E talvez seja até da idade e daqui a uns dias seja todo mel contigo. Tem calma.

    Beijos enormes. Apesar da tristeza gostei de ter notícias vossas.

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  8. Só me resta dar-te um beijinho muito grande e dizer que as coisas vão mudar, vais ver...

    Rakel

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  9. Que bom que estás de volta! Penso que estás a fazer o melhor que podes no que diz respeito à relação com o teu filho! Não sei o que faria. Claro que deve ser uma situação que entristece, mas também acho que estás a agir e a pensar muito bem.
    Força! Muita força! Não te deixes cair novamente.
    Mil bjinhos

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  10. Fiquei contente por te ver de volta :)
    No teu lugar acho que também me sentiria triste mas não deixes que essa tristeza "apareça" quando estão juntos. Faz como diz a Zá e planeia actividades a dois nem que seja um simples passeio perto de casa se o tempo não der para mais. Força! E que nem te passe pela cabeça que o teu filho não te ama!
    Um xi-coração apertado

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  11. Voltaste!
    Desabafa que nós estamos aqui para ler-te...
    Nem sei o que dizer. Momentos a dois, muitos...

    Bjos grandes

    Cristina

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  12. Fico contente que tenhas voltado e acho muito bem que com toda esta sinceridade e com toda a carga emotiva que esta situação te continua a provocar. Continuo a achar que é uma fase... e acredito que ao valorizares exactamente os momenstos em que estás com ele e ele te demostra todo o seu amor por ti te fará muito melhor do que estares a quantificar todas as situações dele com o pai. Acho-te extraordináriamente corajosa em expor assim aqui os teus sentimentos mais profundos... acredita que vale muito mais cedermos às lágrimas do que nos armarmos em fortes... achando que isso nos vai fazer sofrer menos.
    Por isso desabafa tudinho... a malta por aqui apoia-te a 100%.
    Um beijo daqueles

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  13. Olá Maria,

    Primeiro que tudo ainda bem que estás de volta. Nem só de coisas cor-de-rosa se faz a vida e acho que se sentisse o que relatas tb me iria um bocadinho abaixo porque tb sou do tipo de ir guardando, guardando até que num certo dia fico num estado que só me apetece desaparecer.
    As ideias de actividades a dois são uma óptima ideia, procura na net coisas ...

    Acho que um dia ainda vais querer que o teu miudo não seja tão melga e depois vais-te rir doque agora estás a sentir. Que consigas dar o desconto e aos poucos consigas-te sentir novamente bem.

    Bjs,
    Ana

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  14. Depois dos rasgados elogios que a Manhã me fez sobre ti é hoje que vou comentar.

    Entendo que te sintas triste... No meu caso a minha filha prefere o meu colo e eu sei que ambos a tratamos de igual forma...com o mesmo amor e carinho. Qd ela quer vir para o meu colo na presença do pai eu digo-lhe sempre...mas o Pai gosta tanto de ti.

    Acho que fazes mto bem em valorizar os momentos a 2.

    Quanto ao escreveres "coisas tristes" e daí? Escreves o que te vai na alma... escreve sempre, SEMPRE que precisares e o que bem entenderes, nem que tenhas que escrever 510 vezes sobre o mesmo assunto.
    Admiro a tua sinceridade. Sê sempre assim, fiel a ti mesma.

    beijinhos

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