quinta-feira, 20 de março de 2008

É só mesmo para aliviar

Os maus pensamentos regressaram em força. Estive grávida 9 meses do meu filho, ele nasceu faz amanhã 15 meses. amo-o de uma forma incomensurável, que nenhuma palavra, frase, ou poema consegue descrever, mas sinto que até agora falhei como mãe. Já repeti inúmeras vezes, mais até do que gostaria, que sinto que algo não está bem na relação que estabeleci com ele. Não sei descrever, não sei explicar, mas é uma coisa muito sentida e muito forte. Acredito que para quem me lê, cuja maternidade está a ser de uma intensidade muito grande, seja difícil entender e que naturalmente julgue que seja fruto da minha cabeça. ou de algum estado depressivo.
Mas não é, preferia que sim, mas não é, sempre fui muito "crua" a analisar as minha obsessões ou paranóias, e no meio do caos dos pensamentos nestas alturas, tenho sempre momentos de lucidez. Isto é diferente, não é uma obsessão, é uma evidência: não estabeleci um elo forte com o meu filho, pelo menos até agora. Quando quer colo, vai ter com o pai, quando quer mimo, vai ter com o pai, quando se magoa, ou está somente cansado, procura o conforto do pai e quando está doente, é o aconchego do pai que quer. Como é que uma mãe lida com isto? Como é que uma mãe, que sabe que nos primeiros meses de vida do seu filho se sentiu perdida, muitas vezes ausente (emocionalmente), lida com isto? "Empurro a dor para o mais fundo de mim que consigo, dou todo o amor que tenho e tenho muita esperança no futuro.