sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Da Estadia II

Já pouco há a acrescentar ao meu relato anterior, apenas gostava de aqui deixar mais algumas situações que presenciei. Para meu grande azar ao meio da tarde de terça fiquei sem bateria no telemóvel, logo incontactável. Sabia que a minha irmã iria aparecer, mas não pude comunicar mais com ela. Nesta altura as mães que estavam comigo na SO tinham bebés mais pequenos do que o meu filho, logo não era possível que elas olhassem pelo João enquanto eu me ausentava. Por volta das 18 horas comecei a ficar inquieta por a minha mana não aparecer, tinha vontade de ir à casa de banho, pedi às auxiliares que por favor ficassem com o meu filho por alguns minutos, mas nenhuma delas tinha disponibilidade. Mais uma vez desorientei-me, deixei o meu filho a dormir e foi pedir a uma auxiliar que me deixasse fazer um telefonema, expliquei-lhe que esperava a minha irmã, que ela provavelmente andava à minha procura, que há 24 horas que não via ninguém da família e que estava a precisar. A resposta que ela me deu é absolutamente inacreditável: "desculpe que lhe diga, mas acho muito estranho que a senhora esteja aqui há 24 horas, que saibam que aqui está e que ninguém tenha vindo". Fiquei aparvalhada e apenas lhe respondi que ela não me conhecia e portanto nada sabia da minha vida (não me dei ao trabalho de lhe explicar que tenho pais e sogros longe, que o marido trabalha fora, que a minha irmã é professora e que hoje em dia para eles faltarem é quase preciso pedir um requerimento ao presidente da república). Lá fez a chamada e claro, a minha irmã estava na sala de espera porque não a deixavam entrar!!!! Na enfermaria fui, de um modo geral, bem tratada quer pelas enfermeiras quer pelas auxiliares. Não há duvida que há um problema de meios nos nossos hospitais, que muitas vezes se reflecte na forma como os profissionais tratam os doentes.

De tudo o que assisti o que me fez mais confusão foi a desconfiança de todas as pessoas naquele hospital, como se todos os doentes fossem uns sacanas sempre prontos a mentir para serem bem tratados. Fez-me confusão a sobranceria dos médicos, em relação às pessoas que na sua maioria se encontram fragilizadas. Para terminar este relato que já está demasiado longo, reparei que praticamente eram só as mães que estavam com os filhos e, se eu inicialmente julgava que era por opção, fui me apercebendo pelos desabafos de algumas delas que não era uma questão de preferência, pura e simplesmente os maridos não tinham disponibilidade (vontade) para as ajudar. Pensava que as coisas estavam diferentes, mas pelos vistos estou enganada.

7 comentários:

  1. Encontra-se sempre uma auxiliar ou uma enfermeira com frases infelizes... Enfim!

    Bjos

    Cristina

    ResponderEliminar
  2. Também me faz tanta impressão a frieza do pessoal hospitalar. Sei que têm de criar uma barreira para aguentarem tudo sem levarem problemas para casa mas exigesse um pouco de humanidade a quem escolheu uma área que lida tanto com a parte humana ... ser médico/ enfermeiro requer uma verdadeira disponibilidade e vocação muito mais doque vintes de média.

    Bjs,
    Ana

    ResponderEliminar
  3. Ficam tão azedos com o tempo. Já presenciei e já fui vítima dessa arrogância parola, típica de quem se pode agora vingar da humanidade, tratando todos os doentes como uma praga incómoda. Relatos como o teu são mato. Entristece-me muito. Aqui há tempos qdo fui c o Bi às urgências, pedi ao marido para entrar cmg pois tinha estado uma data de tempo c ele ao colo, grávida, e já não aguentava mais. O enfermeiro, todo galã, pô-lo fora. Qdo lhe expliquei q não conseguia aguentar mais c o menino sozinha, devido ao cansaço, pôs-me fora a mim. Deprimente. Para muitos, o gozo está em dar ordens... Luz

    ResponderEliminar
  4. eu também tive episódios tristes com as auxiliares, são umas estupidas, sempre de má cara, e muito mal formadas. Com o Rodrigo era por ser o bebé mais pequenino que lá estava então levavam a comid à hora que elas levavam a comida para toda a gente e a todas as refeições eu tinha de repetir que o meu filho não comia à mesma hora que os meninos mais crescidos... era uma cegada...bolas, mas nunca me descontrolei nem me aborreci demais, elas tinham que levar a comida para trás e quando eu a queria e porque não podia deixar o Rodrigo sozinhos, tocava a campainha e pedia a minha comida. E sempre que o Rodrig adormecia aproveitava para fazer o meu xixizinho.

    ResponderEliminar
  5. Uma vergonha... nem sei que te diga mais...
    xi coração

    ResponderEliminar
  6. É pena de facto que as auxiliares tratem tão mal os doentes. A mim também me aconteceu quando tive o Tiago. Se calhar é para se vingarem de algum abuso de poder por parte dos enfermeiros e médicos...

    ResponderEliminar
  7. Olha este teu texto deixou-me com uma neura!!!! estava capaz sei lá de quê!
    Há gente estupida em todo o lado, pelos vistos nesse hospital a concentração é maior!

    Beijinhos

    ResponderEliminar