domingo, 30 de setembro de 2007

O amor às vezes dói

Amanha o meu lindinho vai para o infantário. Apesar de só lá ficar uma hora e meia, estou com uma angustia enorme. Se até hoje pensei sempre na necessidade de o ter no infantário, por questões profissionais e mesmo pessoais (estou a precisar de tempo para mim, é um facto), agora tenho estado a remoer que, se calhar, com algum esforço, poderia manter as coisas tal como estão. Claro que me estou a enganar, e amanhã, quando começar a receber telefonemas a pedir trabalhos, que já deveriam ter sido entregues, já não vou pensar da mesma forma.
Toda a gente me diz que esta é a melhor altura, e que vai ser muito bom para ele, mas eu sempre disse a mim própria que enquanto ele não falasse, não o colocaria em lado nenhum. Assim, como é que eu sei se ele está bem, se o tratam bem, se está sentido comigo. Não me digam que isso se sente, porque se me conhecessem bem saberiam que eu vejo sempre o que quero ver. E amanha quando o for buscar, submersa na minha culpa, vou ver mágoa nos olhos dele.
Sei que estou a ser pessimista, é uma tendência minha. Na sexta fui com ele conhecer a educadora. De início estranhou, estava quase a chorar, mas de repente ao olhar para uns meninos que espreitavam, encostados à portinhola, desatou a rir e quis logo ir para dentro da sala. Por lá andou todo satisfeito enquanto a sua mamã, ela sim quase a chorar, conversava com a educadora.
Já tenho saudades dele, é só isso...

7 comentários:

  1. Mariah,

    Entendo-te perfeitamente mas algum dia havia de acontecer, por isso nada de desanimar ou deixar esses sentimentos de culpa ganharem terreno. Irás ser igualmente boa mãe ou talvez até melhor porque quando estiveres com ele estarás a 100% e descansada por teres já conseguido equilibrar as tuas tarefas profissionais. Em breve também irei conhecer esta angústia de ter um trabalho exigente e um filhote pequeno que precisa tanto de mim ... o futuro dirá como vai ser possível equilibrar os pratos da balança.
    Por hoje fica com um grande beijinho meu e acredita que estou a trocer por voçês.

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  2. Não é nada fácil. Nem agora nem meses depois. Ainda hoje me custa deixá-lo, não duvides. E as mães dos meninos que entram para a primária idem aspas. Dói sempre. Faz parte. Agora podes sempre experimentar e se não aguentares volta atrás. Não te esqueças é de ti. Mulher sossegada, mãe feliz.

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  3. Pois é, acho que percebo a tua angústia.

    Com a vinda do Outono sinto sempre uma vontade de recomeçar, de voltar a trabalhar, de me envolver em projectos novos. Todos estes sentimentos me deixam na dúvida se hei-de ou não voltar ao meu trabalho em Janeiro (vou gozar as horas de amamentação todas juntas em casa) ou se me hei-de despedir (o meu trabalho é uma treta e muito mal pago).

    Depois fico a pensar que mesmo que me despeça e arranje outro emprego vou ter que encontrar um sítio para o Tiago ficar e essa ideia custa-me muito.

    Nesta fase em que te encontras também te digo que podes sempre experimentar e se te custar muito, desistir.
    Mas a verdade é que vão existir sempre estas fases na vida deles e que chega a uma altura em que são mesmo necessárias, por isso parace-me que o melhor é encará-las como sendo também uma coisa nova e boa para eles, que os vai ajudar a descobrir uma série de coisas, a brincar em grupo, a socializar, a aprender e de resto também nos pode fazer querer aproveitar ao máximo o tempo que estamos com eles e reencontrarmo-nos a nós próprias quando não estamos, para que não fiquemos com outros sentimentos de frustração pelo meio.

    Beijos grandes

    P.S- amanhã o meu pensamento vai estar contigo. Força!

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  4. Apesar de ainda não ter passado por isso compreendo a tua angústia.
    Lembra-te que felizmente poderás acompanhá-lo na adaptação e daqui a umas semanas vai custar menos, vais-te sentir mais segura e mais positiva.
    Força!

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  5. Tens que tentar andr mais calma, eu sei que é dificil porque eu mesma perco o controlo muitas vezes, ms se naqueles momentos em que estás pronta a explodir parares e decidires que vais ter paciencia para ultrapassar aquilo, verás que te vais sentir muito melhor contigo mesma. Tens de parar de pensar que não és boa mãe e que não és suficiente, isso é uma forma subcosnciente que tu arranjaste de chamares a atenção e não pode ser, porque a maior prejudicada no meio disto tudo és tu. E quanto mais explodires e te enervares mais afastas os outros de ti e menos feliz serás, menos normal te sentirás. Tenta acalamar-te e tenta perceer que há pequenas atitudes que te podem prejudicar muito no futuro. E ao contrario também. Há pequens atitudes que tu consegues ter se quiseres que te farão sentir muito melhor contigo mesma. E quando gostares mais de ti e te sentires melhor contigo, serás melhor mãe, melhor mulher, melhor filha, melhor irmã!!! É ou não é??

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  6. Sabes então a dificuldade que foi também para mim, e não estou a falar de andar a trabalhar com o peito cheio de leite, nem que ele ficasse a chorar, porque não ficava, não, é aquela dor. Nem foi mesmo saber que ele começava com gracinhas (o que queria dizer que ele estava bem, muito bem) e eu não via, não presenciava.
    Mas ao final da tarde era a desforra, uma compensação,
    uma paixão sublime.
    Sofri durante um mês. Ao fim de 6 meses ainda ma doia (daí o blog para o pensar mais e melhor com o carinho distribuído pelo dia). Hoje nem tanto, sabendo-o a rir e a sorrir (e a fazer travessuras! com os amiguinhos).
    Eles habituam-se. Se estiverem bem, forem bem tratados, nós ficamos bem (por um lado, por outro, nem tanto, também vem a tal culpa, e as tais gracinhas...)
    Mas é tal e qual como dizes: a vida continua a pedir-nos coisas constantemente. Com amor tudo se cria. Força!
    Beijinho

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  7. Como correu? Tou curiosa :-)

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